Literatura Brasileira
Sempre gostei de ler livros da Literatura Brasileira. Nunca achei suas histórias chatas ou maçantes. Eles nos trazem um pedacinho de cada região, conforme o título, são bem curiosos e nos deixam com aquela satisfação de sabermos que em nosso país temos escritores que fizeram história. Falando francamente, a única obra que não gostei da nossa Literatura foi "O Ateneu". Esse livro, pelo menos para mim foi meio complicado de concluir. Muito difícil e arrastado. Agora as que eu irei citar são as que mais gostei. Há outros, mas selecionei quatro indicações que recomendo:
1) "O cortiço" - Aluísio Azevedo: Há várias razões pelas quais a leitura de "O Cortiço" é indispensável.
Ele foi publicado em 1890, e é um romance com características do
movimento naturalista. É uma das obras mais importantes desse movimento,
pois denuncia que, diante de um ambiente degradado, as pessoas ás vezes
comportam-se como animais. Isso é mostrado por meio do ambiente no qual
o romance se passa: um cortiço, onde pessoas vivem aglomeradas, e
também por meio das ações de seus personagens, como o caso trágico de
piedade, portuguesa esposa de jerônimo, que se entregou ao álcool após
perder seu marido para Rita baiana, mulata sensual que “fisga” o
português ambicioso, dono do cortiço, que enriquece conforme seu
estabelecimento cresce e se enche de moradores. Esse divertido enredo
denuncia também os problemas sociais existentes no século XXI (muitos
deles ainda existentes no século XXI), como pobreza, adultério,
corrupção, formação de moradias em lugares inapropriados, e apresenta a
maneira como as pessoas desses conglomerados viviam, explorados por
alguém (no caso, por João Romão) que enriquece a custa das necessidades
dos mais pobres. Além disso, trata de tabus da sociedade, como
homossexualidade, alcoolismo e prostituição;
2) "Iracema" - José de Alencar: Iracema,
a virgem tabajara consagrada a Tupã, apaixona-se por Martim, guerreiro
branco, inimigo de seu povo. Por esse amor abandona a tribo, tornando-se
sua esposa. Ao perceber, mais tarde, que Martim sente saudades de sua
terra e talvez de alguma mulher, começa a sofrer. Tem o filho, Moacir,
enquanto Martim está lutando em outras regiões. Quando ele volta,
Iracema está prestes a morrer. A virgem dos lábios de mel tornou-se
símbolo do Ceará, e seu filho, Moacir, representa o primeiro cearense,
fruto da integração das duas raças;
3) "Memórias Póstuma de Brás Cubas" - Machado de Assis:
Em 1881, Machado de Assis lançou aquele que seria um divisor de águas
não só em sua obra, mas na literatura brasileira: Memórias póstumas de
Brás Cubas. Ao mesmo tempo em que marca a fase mais madura do autor, o
livro é considerado a transição do romantismo para o realismo. Num
primeiro momento, a prosa fragmentária e livre de Memórias póstumas,
misturando elegância e abuso, refinamento e humor negro, causou
estranheza, inclusive entre a crítica. Com o tempo, no entanto, o
defunto autor que dedica sua obra ao verme que primeiro roeu as frias
carnes de seu cadáver tornou-se um dos personagens mais populares da
nossa literatura. Sua história, uma celebração do nada que foi sua vida,
foi transformada em filmes, peças e HQs, e teve incontáveis edições no
Brasil e no mundo, conquistando admiradores que vão de Susan Sontag a
Woody Allen;
4) "O Guarani" - José de Alencar:
Romance que inaugurou a ficção indianista e que, de imediato, se tornou
grande sucesso pela acolhida do público leitor, O Guarani, é um dos
clássicos não só da estética romantica, mas também da literatura
brasileira. Surgindo primeiramente em folhetins, foi tão forte a
repercussão por ele alcançada nos meses de janeiro e abril de 1857 que
obrigou o autor a transformá-lo depressa em volume. O início da
colonização do país, no século XVI, é apresentado na narrativa de forma
idealizada e nobre, com a consequente aculturação do índio. A força das
imagens e o amor sincero do índio Peri por Ceci, moça branca, filha de
nobre português, fazem da obra uma leitura obrigatória para quem deseja
conhecer a fundo nossas raízes culturais. O índio brasileiro, aqui
idealizado em Peri, representa o homem americano que vive em perfeita
comunhão com a natureza, mas também demonstra todos os valores dos
cavaleiros medievais, como ética, caráter, coragem audácia e lealdade.
Espero que tenha gostado do post. Já leu alguma obra citada acima? Gosta de Literatura Brasileira? Tem alguma indicação? Deixe sua opinião nos comentários logo abaixo e vamos conversar. Até mais pessoal!!!
@Gustavo Barberá - 22/04/2019.