HQ "O conto da AIA"





          Um clássico instantâneo quando foi publicado em 1985, a aclamada e premiada distopia de Margaret Atwood ganha vida nesta Graphic Novel ilustrada por Renée Nault. Ocupando novamente a lista de mais vendidos em vários países e adaptado para a TV em uma série de sucesso (The Handmaid’s Tale, no original), vencedora do Emmy e Globo de Ouro, O conto da Aia chega ao Brasil em formato ilustrado com texto original.  

          A história é icônica: As mulheres de Gilead não têm direitos. Elas são divididas em categorias, cada qual com uma função muito específica no Estado. A Offred coube ser aia, o que significa pertencer ao governo e existir unicamente para procriar, depois que uma catástrofe nuclear tornou estéril um grande número de pessoas.

          As mulheres transformadas em aias são entregues a algum homem casado do alto escalão do exército e obrigadas a fazer sexo com eles até engravidar. Depois de dar à luz, elas amamentam a criança por alguns meses, sendo o bebê propriedade do casal que as escravizou, e então são entregues a outro homem, agora com outro nome.

         Despojada de suas liberdades mais básicas (trabalho, propriedade, seu próprio nome), Offred relembra outro tempo, não muito distante, quando ela era valiosa por mais que seus ovários.

          Instigante, impactante e assustador, O Conto da Aia ganhou relevância desde que foi originalmente publicado, e continua sendo uma das histórias mais poderosas e amplamente lidas de nossos tempos. A edição Graphic novel é um presente para a legião crescente de fãs de Atwood, onde a aterrorizante realidade de Gilead é trazida à vida como nunca antes através da interpretação da canadense Renée Nault, que se utiliza da cor vermelha, tão simbólica na distopia, para nos transportar até a realidade de mulheres que lutam por sua identidade e liberdade.


@Gustavo Barberá - 11/11/2019.

Um comentário:

  1. Li esse livro duas vezes... na década de oitenta e detestei a história na primeira leitura porque a trama veio numa época em que estudávamos o passado das mulheres nas aulas de história e tinha visto filmes, lido artigos e outras coisas mais... então veio um livro com um futuro distópico a partir do passado que eu lia e me revirava.
    A segunda leitura foi pior, foi um olhar para o ontem, mas dentro de um futuro que eu idealizava diferente e parecia ter voltado a existir a partir de um ontem que deveria estar superado.
    O mais irônica da trama é que a personagem que desenha esse futuro absurdo é a maior vítima dele.

    bacio

    ResponderExcluir