Conto: Maligna
Autor: Igor Paiva
Ano: 2019
Editora: Independente
Páginas: 17
Onde comprar: Amazon.

*Conto gentilmente cedido pelo escritor.

     Sabe aquela conhecida frase “Eu faço tudo pela minha família”? Pois é, aqui temos um caso desse tipo, mas de uma forma um pouco bizarra... ou totalmente, assim podemos dizer. Em “Maligna”, vocês conhecerão Marta, uma dona de casa, cansada do casamento que possui e sonhando com a família perfeita, até que resolve dar a volta por cima e tomar uma atitude em prol do seu sonho. Sim, uma atitude bizarra e diabólica.

     É um conto de cair o queixo. O ambiente e as circunstâncias que o escritor criou, prende o leitor na história e surpreende demais, gerando muito medo, pois a inspiração de Igor Paiva para escrever, foi baseado num caso real, ocorrido em novembro de 1971 nos Estados Unidos. 

“O homem de aparência arisca, direcionou seu olhar para o amontoado de pelos próximo a área de serviço, que dava para a área gourmet. Sentiu um nó na garganta, quando viu o belo Golden Retriever reduzido numa massa líquida avermelhada, misturada com torrões de terra e gramado”.


     Narrada em terceira pessoa, o conto possui um enredo arrepiante, que prende atenção do leitor, aguçando a curiosidade para saber o que acontecerá no final, com uma protagonista astuta que planeja detalhadamente cada ação que irá executar, explicitando a frieza e determinação que ela possui.

     A narração e a descrição das cenas pelo escritor ficaram excelentes. Sombrias, assustadoras, daquela forma que faz o frio correr pela espinha. Isso dá a essência de um conto de suspense, pois está repleta de mistério e atrocidades esquizofrênicas de uma pessoa perturbada. A forma em que descreve o momento como se encontra tal local foi muito bem colocado, de forma que dá aquele incômodo, estimulando nossas sensações sinestésicas, juntamente com nossos medos. 

"Num cômodo, no segundo pavimento, estava ela. Olhos fechados, o cabelo negro pendia na borda da banheira ensanguentada”.


     E se você deseja saber o que Marta fez para realizar seu sonho de possuir uma família feliz, igual aquelas de comercial de margarina, não deixe de ler esse conto que se encontra no Kindle pelo site da Amazon e veja que nada é impossível, não há obstáculos para se feliz, nem se for ao modo criado por ela. É um conto sensacional que eu recomendo.



Sobre o autor


Me chamo Igor Paiva, tenho 21 anos, moro em Governador Valadares – MG e sou escritor de terror. Estudo Arquitetura e Urbanismo, mas sou um grande amante de psicologia, que ainda pretendo  me formar também e me especializar em jurídica ou criminal. Sou autor do livro Narcóticos e comecei a escrever com  14 para 15 anos e não parei mais. Sempre escrevo alguma coisa, seja um conto ou um esboço de uma história. (Fonte, clique aqui.)



@Gustavo Barberá – 29/02/2020.










     De uma mistura de ficção e História do Brasil, eis que surge “O homem que odiava Machado de Assis”, de José Almeida Júnior, uma obra com uma narrativa instigante, verossímel em que na época a Rua do Ouvidor era ponto de encontro das celebridades da nossa Literatura Brasileira. Saiba mais dessa magnífica obra, lendo a resenha completa, clicando AQUI.


@Gustavo Barberá - 23/02/2020.





     É hora de revelar o conteúdo da caixa do Clube Skoob de janeiro. Caso você seja assinante e ainda não recebeu a sua, não entre na página, pois contêm spoilers. Caso contrário, vamos conferir as surpresas que esse clube de assinatura nos deu esse mês. Para saber mais, clique AQUI.



@Gustavo Barberá - 23/02/2020.




     Olá pessoal, tudo bem? Venho com mais novidades do Grupo Editorial Scortecci, uma editora que está conquistando o mercado editorial há muitos anos com obras de qualidade. Vamos saber o que vem por aí?





     O prêmio literário tem por objetivo prestigiar a literatura brasileira e descobrir novos talentos com a publicação em antologia dos trabalhos selecionados por uma comissão julgadora. É da expertise da entidade patrocinadora, fornecedora de tecnologia para o mercado gráfico, promover através da comunicação gráfica, o conhecimento sustentável da cultura impressa.

Tema Livre.

      Inscrições até 31 de Julho de 2020. Ao fazer a inscrição, o AUTOR concorda com as regras do concurso, autorizando, inclusive, divulgação e a publicação da POESIA, na antologia de nome 2º PRÊMIO LITERÁRIO AFEIGRAF 2020 pela Scortecci Editora e responderá por plágio, cópia indevida e demais crimes previstos na Lei do Direito Autoral.

      A SCORTECCI escolherá uma Comissão Julgadora de renomado prestígio literário e uma Comissão Organizadora, que resolverá os casos omissos deste regulamento, se houver. O AUTOR poderá participar com apenas 1 (uma) POESIA, obrigatoriamente inédita. A obra terá que ter um TÍTULO e estar em língua portuguesa, o que não impede o uso de termos estrangeiros no texto. NÃO haverá cessão de direitos autorais. AUTORES brasileiros, residentes no exterior, deverão preencher o formulário de inscrição com um endereço do Brasil.

PRÊMIOS

      Publicação da obra na antologia PRÊMIO AFEIGRAF 2020 com 70 (setenta) POESIAS selecionadas pela comissão julgadora, mais biografia do autor com até 500 caracteres. NÃO haverá por parte dos AUTORES nenhuma despesa ou taxa e todos os custos, inclusive de publicação, serão pagos pela Scortecci. Os Autores vencedores receberão 5 (cinco) exemplares grátis a título de direito autoral.

DADOS TÉCNICOS DA OBRA

      Edição de 1000 (mil) exemplares, com aproximadamente 160 páginas, formato 14 x 20,7 cm, com orelhas, capa colorida, papel 250 gramas, laminação fosca, miolo PB e impresso em equipamento digital CANON. A Antologia será organizada por ordem alfabética de nome de Autor (nome literário), terá número de ISBN, ficha catalográfica, selo da Scortecci Editora e logomarcas dos patrocinadores e colaboradores do prêmio.

CRONOGRAMA

- Inscrições: até 31 de Julho de 2020.
- Período de seleção: até 15 de Setembro de 2020.
- Resultado: até 30 de Setembro de 2020

- Lançamento Outubro/Novembro de 2020 no estande da Scortecci, durante a 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, no Expo Center Norte, São Paulo/SP

      Para inscrever-se CLIQUE AQUI

      Mais informações: eliaquim@scortecci.com.br (11) 3032-1179 ou (11) 3032-8848

     OBS: Nosso Prêmio Literário AFEIGRAF2020, agora ganha o apoio da Bignard Papéis. 


     Essa é a chance para quem deseja iniciar carreira no meio literário. Não percam!!!

     Até uma próxima


@Gustavo Barberá - 22/02/2020.






     Depois do grande sucesso com a cachorrada, Robson Cuer está de volta com o outro pet, dessa vez, um vegetariano. Trata-se de “Nildo, o coelho viajante” que está fazendo sucesso e conquistando crianças, jovens e adultos com as aventuras curiosas desse orelhudo. Fique sabendo mais, lendo a resenha completa, clicando AQUI.


@Gustavo Barberá - 20/02/2020.





     Eu sou Yanka é uma obra de ficção que fará o leitor refletir demais com a lição de vida que ela nos passa através de uma história emocionante, surpreendente e instigante, com momentos que estão presentes em nossa vida real e que estragam o convívio entre as pessoas. Confira a resenha dessa obra emocionante, clicando AQUI.


@Gustavo Barberá - 17/02/2020.





     Iris é um livro de poemas, onde subjetivismo, emoção e intensidade são as palavras corretas para caracterizar o que possui nessas páginas que o compõe. São linhas da mais pura expressão apaixonada e entusiasmada que o escritor Carlos E. S. Dantas refletiu por meio de estrofes e rimas. Confira mais, lendo a resenha completa clicando AQUI.

@Gustavo Barberá - 16/02/2020.





     Todos conhecem a famosa frase “Não julgue um livro pela capa”. Pois é bem assim com “Um mistério entre nós”, livro um de uma trilogia. Essa obra com essa linda capa, vai além de uma história romântica. Aqui temos ação, suspense e mistério embutidos em um enredo de tirar o fôlego do leitor, mantendo-o preso nesse livro que está com uma narrativa incrível. Está curioso? Então confira a resenha completa, clicando AQUI.

@Gustavo Barberá - 12/02/2020.





     Olá pessoal, tudo bem com vocês?

     Trago hoje as minhas leituras do mês de janeiro. Foram leituras fantásticas, fiquei muito satisfeito com os títulos que li. Vamos conhecê-los?


- "Numa floresta sombria"-  Vários autores 🌟🌟🌟🌟🌟;

- "O Iluminado" - Stephen King 🌟🌟🌟🌟🌟;

- "Serial killers, louco ou cruel?" - Ilana Casoy 🌟🌟🌟🌟🌟;

- "Relatos urbanos" - H. Tavares 🌟🌟🌟🌟;

- "Um mistério entre nós" - Paula Barros 🌟🌟🌟🌟🌟.

     Pensei que não daria conta, mas consegui ultrapassar minha meta que sempre é de quatro obras lidas por mês. Espero que Fevereiro seja tão produtivo quanto esse mês. 

     Já leram alguma obra das que citei? Tem interesse? E como foram suas leituras? Me conte nos comentários. Até mais!!!


@Gustavo Barberá - 08/02/2020.




     Entrelinhas de uma subversão amorosa é uma obra que se passa na época da Ditadura Militar no Brasil, onde muitas barbáries aconteciam e muitas pessoas eram acusadas, presas e torturadas injustamente. Desejando saber mais, leia a resenha completa clicando AQUI.


@Gustavo Barberá - 06/02/2020.




Projeto #12MesesComClarice2020






Conto: Uma galinha
Livro: Clarice Lispector – Todos os contos
Autora: Clarice Lispector
Editora: Rocco
Ano: 2015
Páginas: 656
Onde comprar: Amazon

Esse ano, com o centenário de Clarice Lispector, o projeto está de cara nova. Denominado #12MesesComClarice2020, onde estou participando com três blogs parceiros, o “Café com leitura” da Ana Cláudia, o “Sobre a leitura” da Amanda e o “Conduta literária” da Fernanda continuaremos a postar resenhas do livro "Clarice Lispector - todos os contos". Hoje é a vez do conto "Uma galinha".

     O conto traz a história da fuga de uma galinha que seria sacrificada e cozida para o almoço, mas ao ser resgatada pelo dono da casa e jogada de forma grosseira na cozinha, a ave bota um ovo e a partir desse momento, o sentimento por ela se transforma em puro afeto, onde essa galinha se torna o centro das atenções da família, até certo dia, tornar-se esquecida e indo para a panela.

     Esse é o primeiro conto de Clarice que leio, onde ela coloca um animal como protagonista, sendo que está em caráter totalmente figurativo, pois a ave aqui representa a situação feminina a partir da alegoria da figura de uma galinha. 

 


     Durante o texto, há expressões que se aplicam à personagem galinha, mas que servem para caracterizar o sexo feminino, uma mulher passiva e doméstica, que por vezes, hesitante e trêmula que sonha seguir outro rumo.

     A simbolização da condição feminina na sociedade é observada mais, no momento em que a ave bota o ovo, que a salva. É como se ele fosse um filho prematuro e que a galinha nascida que fora para a maternidade uma velha mãe habituada.


“Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida de forma para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada”. 


     Lispector fala de uma galinha/mulher estúpida, tímida e livre que tem que decidir por si mesma os caminhos a tomar sem nenhum auxílio de sua raça. Essa ave é a representação da mulher, enquanto ser passivo e doméstico que deve atender as necessidades do homem no sentido de lhe dar prazer e procriação da espécie humana.



  
      Se analisarmos mais profundamente o conto, pode-se até dizer que essa comparação seja cruel, pois a forma que a galinha é tratada no seu resgate, por ser carregada pela asa e jogada estupidamente no chão da cozinha, mostra a forma que algumas mulheres são tradadas pelo seu cônjuge, por isso chego a conclusão da forma em que Clarice usa a comparação entre a galinha e a mulher.

     Aguardem que muitas novidades do projeto estão por vir nesse ano de 2020. Quem desejar participar da nossa leitura coletiva mensal, me procure no privado.



Sobre a autora

     Clarice Lispector nasceu em Tchetchelnik, na Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1925. Filha de Pinkouss e Mania, de origem judaica, que chegaram ao Brasil em março de 1926, fugindo do antissemitismo disseminado na Rússia durante a Guerra Civil Russa.

     Fixaram residência em Maceió, Alagoas, onde morava Zaina, irmã de sua mãe. Clarice tinha apenas dois meses de idade. Por iniciativa de seu pai, todos mudaram o nome. Nascida Haia Lispector, passa a se chamar Clarice.

Em 1929, mudou-se com a família para a cidade do Recife onde passou sua infância no Bairro da Boa Vista. Fez o primário no grupo escolar João Barbalho. Aprendeu a ler e escrever muito nova e logo começou a escrever pequenos contos. Estudou inglês e francês e cresceu ouvindo o idioma dos seus pais o iídiche.

Com 9 anos ficou órfã de mãe. Terminou o primário e ingressou no Ginásio Pernambucano, o melhor colégio público da cidade. Com 12 anos, Clarice mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, indo morar no Bairro da Tijuca. Ingressou no Colégio Sílvio Leite, onde era frequentadora assídua da biblioteca.

Em 1941, terminado o segundo grau, Clarice ingressa na Faculdade Nacional de Direito, e emprega-se como redatora da Agência Nacional. Depois passa para o jornal A Noite. Em 1943 casa-se com o amigo de turma Maury Gurgel Valente.

     Nesse mesmo ano, termina o romance Perto do Coração Selvagem, que retrata uma visão interiorizada do mundo da adolescência. Em 1944 publica o livro que teve calorosa acolhida da crítica, recebendo o Prêmio Graça Aranha.

     Ainda em 1944, Clarice Lispector acompanha seu marido – diplomata de carreira, em viagens fora do Brasil. Sua primeira viagem foi para Nápoles, na Itália. Com a Europa em guerra, Clarice trabalha como voluntária de assistente de enfermagem no hospital da Força Expedicionária Brasileira.

     Continuou escrevendo, e em 1946 publicou O Lustre. Nesse mesmo ano, passa a residir em Berna, na Suíça. Em 1949 publica A Cidade Sitiada. Nesse mesmo ano, nasce seu primeiro filho, Pedro. Dedica-se a escrever contos e em 1952 publica Alguns Contos.

     Passa seis meses na Inglaterra e em seguida vai para os Estados Unidos, onde nasce seu segundo filho, Paulo, em 1953. Em 1954, Perto do Coração é publicado em francês.

     Em 1959, Clarice se separa do marido e retorna ao Rio de Janeiro, acompanhada de seus filhos. Logo começa a trabalhar no Jornal Correio da Manhã, assumindo a coluna "Correio Feminino".

     Trabalha no Diário da Noite com a coluna "Só Para Mulheres" e nesse mesmo ano lança Laços de Família, livro de contos que recebeu o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. Em 1961 publica A Maçã no Escuro pelo qual recebe o prêmio de melhor livro do ano em 1962.

     Em 1967 publica O Mistério do Coelhinho Pensante. Nesse mesmo ano, Clarice Lispector sofre várias queimaduras no corpo e na mão direita enquanto dormia com um cigarro aceso. Passou por várias cirurgias e viveu isolada, sempre escrevendo. No ano seguinte publica crônicas no Jornal do Brasil.

     Passa a integrar o Conselho Consultivo do Instituto Nacional do Livro. Era considerada uma “pessoa difícil”. Em 1976, pelo conjunto de sua obra, Clarice ganhou o primeiro prêmio do X Concurso Literário Nacional de Brasília.

     Em 1977 Clarice Lispector escreveu Hora da Estrela, sua última obra publicada em vida, onde conta a história de Macabea, uma moça do interior em busca de sobreviver na cidade grande.

     A versão cinematográfica desse romance, dirigida por Suzana Amaral em 1985, conquistou os maiores prêmios do festival de cinema de Brasília e deu à atriz Marcélia Cartaxo, que fez o papel principal, o troféu Urso de Prata em Berlim em 1986.

     Clarice Lispector faleceu no Rio de Janeiro, no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes de seu aniversário. Seu corpo foi sepultado no cemitério Israelita do Caju.



@Gustavo Barberá – 02/02/2020.