Resenha do conto "Não estamos sozinhos"









Conto: Não estamos sozinhos
Autor: Igor Paiva
Ano: 2020
Editora: Independente
Páginas: 11
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*Conto gentilmente cedido pelo escritor.

Às vezes temos aquele sentimento de estarmos sendo observados. Nesse conto sim. Aqui temos alguns olhos ao nosso redor, olhos malignos que estão disfarçados em pele de cordeiro.

O conto nos traz a história de Josef, um presidiário que está no corredor da morte à espera de sua execução e fatos sinistros ocorrem no decorrer desse tempo. 

     É incrível a forma em que o escritor conduz essa narrativa que é contada em terceira pessoa, onde reviravoltas acontecem sem ao menos esperarmos, o que dá toda a emoção nesse conto.

     Momentos de mártir estão presentes, onde o protagonista lamenta todos os seus dias naquela cela, desejando sua liberdade que é algo impossível. Ele vive enclausurado em sua vida miserável e sem sentido, desejando pelo menos poder dividir sua dor com algum outro detento. E isso acontece, mas de uma forma bizarra.


“Lembrou-se de ter enlouquecido quando viu toda a cena. Era uma dor excruciante, como se um caminhão tivesse passado por todo seu corpo várias vezes”.



     Parece que estamos em uma história dramática de culpa x inocência, mas engana-se quem pensa que esse conto irá te tirar lágrimas. O sobrenatural é o foco principal de tudo, onde deixará o leitor aterrorizado com os elementos infernais que nele possui. São momentos inacreditáveis.
 

 

     É uma história que prende a atenção e aguça demais a curiosidade do leitor, envolvendo-o cada vez mais no enredo que é intenso e surpreendente. Igor Paiva soube dosar todos os elementos da narrativa de forma equilibrada, concisa e na medida certa, com um final jamais pensado da forma que seria.
 
"Ele imergiu na escuridão e no silêncio. Sua respiração estava ofegante, pois sabia que iria morrer e não poderia fazer nada para evitar".

      E quem ainda não leu esse conto, não imagina a história que estão perdendo. Momentos abominantes estão te aguardando em uma narrativa maléfica e muito bem feita. Recomendo para todos.


@Gustavo Barberá – 27/03/2020.

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