Título
original: The Dr. Tarr and Prof. Fether
Autor: Bruno Godoi
Ano: 2021
Editora: Insígnia
Páginas: 128
Onde comprar: Insígnia
* Obra gentilmente cedida pelo autor.
Os verdadeiros fãs de Edgar Allan Poe que se preparem. O autor Bruno Godoi, junto com a editora Insígnia chegaram com uma bomba. Estou falando do livro “O sistema do Dr. Tarr e do prof. Fether”, onde temos dois contos de Poe traduzidos pelo autor e pela autora Danielle Tavares e uma continuação dos mesmos aos olhos de Bruno Godoi.
Só que essa obra tem um diferencial: o primeiro conto, que leva o título do livro é inédito, somente nessa obra o leitor poderá contemplar esse texto muito bem traduzido e que irá leva-lo a insanidade. Já li inúmeras histórias de Poe, mas essa que Godoi nos apresentou, foge dos padrões melancólicos e sofredores do nosso ícone.
O conto se passa em um hospício, no ano de 1800, onde um viajante ao chegar nesse local, é apresentado pelo diretor um método diferente de tratamento para seus pacientes, conhecido como “o método que acalma”. E conforme ele vai se aprofundando no assunto, mais fatos bizarros vão aparecendo.
Essa história me fez demais lembrar da série “American Horror Story”, conforme lia. O impressionismo, o lance gótico e o ambiente sombrio marcam forte a narrativa, onde me aguçou a curiosidade e me deixou preso no conto até sua conclusão. Confesso que fiquei me questionando o que se passava na cabeça de Poe ao escrever esse texto.
Não só Poe caprichou nesse enredo, Bruno Godoi escreveu uma continuação que ficou incrível, com o mesmo ar sombrio e dissimulador, o conto denominado “A orgia do Dr. Tarr e do pro. Fether”, nos traz um clima bizarro e de total insanidade que irá completar o estado de perturbação do leitor.
O livro ainda nos traz um dos contos mais conhecidos de Poe, “A queda da casa de Usher”, onde Godoi também escreve uma continuação que se se chama “As ruínas da casa de Usher”. Fiquei impressionado com o que li, pois Bruno Godoi coloca muito sentimento em seu texto, abusa das metáforas e a presença do sofrimento e da melancolia é tão marcante que a sensação que tive no decorrer da leitura foi como se estivesse lendo um conto do próprio Edgar Allan Poe, de tão original que ficou.
Portanto, o que tenho a dizer é que essa obra está perfeita, seja você fã ou não de Edgar Allan Poe, recomendo que leia e fique perdido no limbo da loucura e da sanidade, pois uma obra muito bem feita igual a essa, falo com a maior convicção que não encontrará.
Sobre o autor
Muito tempo se passou após a Queda da Bastilha, e em 14 de julho de 1980, um bravo pai de família correu pelas ruas de Divinópolis, interior de Minas Gerais, para levar a esposa, que lutava contra a pressão que lhe afligia, para a maternidade; a bolsa havia estourado, um preso queria libertar-se; o momento esperado em nove meses de confinamento.
Liberdade!
O menino chegou. Feio, a avó o pegou e disse, sem pudor: “Teca, que monstrinho!”. Talvez, percebendo o comentário, o garoto tenha chorado, atraindo enfermeiras e o médico. E, depois da limpeza, eis que o menino se mostrou menos feio, e de amor encheu o coração dos que estavam presentes ali naquela bastilha, uma alcova de hospital.
Batizaram o garoto feio de Bruno Godoi. Teca, a mãe, junto do pai, José, são os primeiros leitores do filho.
Hoje, décadas depois, Bruno é membro da Academia Divinopolitana de Letras, escritor, roteirista, profissional do mercado editorial com MBA em Book Publishing; ex-bombeiro militar do 10° Batalhão de Bombeiros de Minas Gerais; engenheiro civil formado pela Universidade do Estado de Minas Gerais. Muitos livros publicados, participação em diversas coletâneas como autor e organizador. (Seu último romance foi Hannah, uma ficção cientifica sobre o tempo, espaço e amor pelo planeta Terra).
Bruno Godoi é gente boa e vai adorar conversar com você pelas redes sociais. Então, vamos espalhar a literatura nacional e dar graças à liberdade!
Instagram pessoal @br.godoi
Instagram de autor @brunogodoiautor
@Gustavo Barberá – 15/11/2021.