Título
Original: Bom dia, você vai morrer
Autor: Flávio Karras
Ano: 2021
Páginas: 212
Onde comprar: Amazon
*Obra gentilmente cedida pelo autor.
Qual seria a sensação de poder se comunicar com os mortos em plena vida? Sorte, angústia por saber a causa mortis, medo, terror, perturbação. Em meio desse turbilhão de sentimentos, Flávio Karras nos traz uma obra que irá mostrar de forma ácida o relacionamento entre vida e morte.
A história nos traz Crisântemo, um rapaz que consegue prever os últimos momentos de vida das pessoas, o que deixa o coitado bem ocupado no decorrer da história com os acontecimentos que estão por vir. Além disso, temos uma larva cadavérica de nome Verne que começa a filosofar, escrevendo um livro, pois está cansada da sua vida no cemitério.
Tiro o chapéu para o autor. Que criatividade para construir essa narrativa que me levou da reflexão a me arrancar boas risadas. É uma história que irá te conquistar desde as primeiras páginas, com muita ironia, bom humor e te deixando curioso com os fatos que estão por vir.
É uma história que cheira morte, as descrições feitas pelo autor, os diálogos, os personagens e um enredo muito bem construído, conciso e íntegro, faz com que a obra em momento algum se torne desinteressante, arrastada ou que o leitor perca seu interesse, pelo contrário. Quanto mais lê, mais se deseja dar continuidade na mesma.
“Abandono divino. Bom nome para uma fuga desesperada”.
O que chama demais a atenção no decorrer da leitura, são as notas da larva Verne, que modéstia parte, é uma forte concorrente para a famosa obra de Machado de Assis, onde o cadáver também filosofa com a vida.
Portanto, só tenho a dizer é que adquirem seu exemplar e leiam essa magnífica história que Karras construiu, com certeza se tornará fã desse autor após conhecer sua escrita, como me tornei. E também seus “Bom dia” terão outro sentido ao término da leitura. Recomendo demais.
Sobre o autor
Nascido em São Caetano do Sul, Flávio Karras é autor de diversas obras como a coletânea Indigesto, o romance A Parasita de Almas, além de contos, noveletas e participações em antologias.
Sempre com uma escrita caracterizada pela união entre humor ácido e críticas sociais, apresenta desgraças e situações bizarras da forma mais cômica e repulsiva possível.
@Gustavo Barberá – 15/11/2021.
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