Conto:
William Wilson
Livro: Edgar Allan Poe – Medo
clássico, vol. 2
Autor: Edgar Allan Poe
Editora: Darkside
Ano: 2018
Páginas: 240
Olá seres enigmáticos, tudo bem com vocês? Eu e a Fernanda do blog Conduta Literária estamos de volta com o magnífico projeto #lendopoe, onde iremos resenhar os contos do livro “Edgar Allan Poe” – Volume 2 do selo “Medo Clássico”, da Darkside Books. Esse mês será o conto “William Wilson”.
O conto nos traz o protagonista William Wilson, onde conhece um garoto que era idêntico a ele. Além de serem iguais fisicamente, eles tinham o mesmo nome. Apenas uma coisa os diferenciava: o gênio de cada um. Enquanto o narrador era explosivo e mimado, seu sósia era reservado e falava muito baixo — embora tivesse o mesmo timbre de voz do colega. Não demorou para que surgisse uma rivalidade entre eles.
É interessante notar que, desde os tempos de escola, o narrador falava sobre sua relação competitiva com seu duplo, e como ele estava sempre na defensiva, temendo ser subjugado por este, mas nunca falou de forma direta sobre a relação deste outro William Wilson com os outros colegas. Ele apenas diz que ele era o segundo na hierarquia estudantil, atrás apenas do outro Wilson, mas nunca disse se isto era um “consenso” entre todos os estudantes ou se assim ele acreditava que fosse.
Aqui temos um Poe diferente do que já li. Não temos sofrimento por amor, nem melancolia, mas uma crise existencial, o outro lado do eu e confesso que ficou sensacional, jamais esperava uma narrativa tão enigmática e intensa sem que fosse sofrimento amoroso por parte do escritor. Parabéns Poe, arrasando como sempre!!!
Portanto, o que tenho a dizer é que leiam esse conto para se surpreender como eu com uma escrita diferente, mas com a marca registrada de Edgar Allan Poe que sempre estará conquistando fãs através dos séculos com suas histórias incríveis e peculiares.
Sobre o autor
Edgar Allan Poe (1808-1849) nasceu em Boston, Estados Unidos, em 19 de Janeiro de 1809. Filho de David Poe e Elizabeth Arnold, atores de teatro, ficou órfão de mãe e foi abandonado por seu pai. Nunca foi formalmente adotado, porém foi acolhido por uma família bem posicionada financeiramente em Baltimore, na Virgínia, que lhe proporcionou uma educação de qualidade, com os melhores professores da época.
Poe ingressou na Universidade de Virgínia, destacando-se no estudo de Línguas Românticas, antigas e modernas. Possuía comportamento inquieto e indisciplinado, passando a maior parte desta época envolvido com mulheres e bebidas. Demonstrou interesse desde muito cedo pela literatura, e sua carreira de escritor começou pouco depois de abandonar a Universidade, com a publicação de uma coleção anônima de poemas, que recebeu o nome de “Tomerlane and Other Poems”, em 1827.
Entrou para a carreira militar em 1829, na Academia de West Point, mas acabou sendo expulso por indisciplina. Depois de perder a mesada de seu tutor, passou a sobreviver de seus escritos. Tornou-se editor de uma revista de Richmond, e foi morar com sua tia viúva e sua filha Virgínia Clemm.
Em 1836 casou-se em segredo com sua prima Virgínia, na época com apenas 13 anos de idade. Pouco tempo depois perdeu o emprego, e passou por diversas dificuldades financeiras, que foram superadas ao vencer os concursos de conto e poesia, promovidos pela revista “Southern Literary Messager”.
Foi convidado a dirigir a revista, e durante dois anos esteve à frente do periódico, onde publicava contos, poemas e artigos de crítica literária. Por conta de seu vício em bebidas, perdeu seu emprego. Nesta mesma época, sua esposa adoece, e Poe se vê obrigado a produzir como freelancer, porém sem grandes resultados. Afunda-se ainda mais na bebida, e a morte de sua esposa agrava ainda mais o seu problema.
Edgar Allan Poe deixou diversos poemas, contos, romances, temas policiais e de horror. Muitas de suas obras abordam a temática do sofrimento causado pela morte, pois ele acreditava que não existia nada mais romântico do que um poema escrito sobre a morte de uma mulher bonita.
É considerado o criador do conto policial, e suas obras foram um marco para a literatura norte-americana contemporânea, influenciando posteriormente diversas gerações de escritores.
Faleceu, em decorrência de doenças causadas pelo uso exagerado de bebidas alcoólicas, em uma taberna de Baltimore, no dia 07 de Outubro de 1849.
@Gustavo Barberá – 15/04/2022.
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