Conto: O
homem da multidão
Livro: Edgar Allan Poe – Medo
clássico, vol. 2
Autor: Edgar Allan Poe
Editora: Darkside
Ano: 2018
Páginas: 240
Olá seres enigmáticos, tudo bem com vocês? Eu e a Fernanda do blog Conduta Literária estamos com o magnífico projeto #lendopoe, onde iremos resenhar os contos do livro “Edgar Allan Poe” – Volume 2 do selo “Medo Clássico”, da Darkside Books. Esse mês daremos início com o conto “O homem da multidão”.
O conto nos traz um narrador que observa o homem moderno em plena Londres. Anulada pela aglomeração, a humanidade vaga pela cidade, marcada pela indiferença brutal com o outro e pelo automatismo em seu agir. Mas nem todos conseguem se encaixar neste padrão. E ele percebe o mal estar desse senhor ao ver a movimentação dessa multidão
Percebi a agonia nesse personagem que como de praxe não possui nome, por vontade de Poe. Ele sente-se sufocado com a agitação de pessoas indo e vindo, pessoas que ele observava e não sabia se as veriam novamente, onde ele possuía tipo de uma paranoia que o assombrava.
Poe consegue passar toda essa perturbação para o leitor, pois confesso que fiquei sufocado e inquieto no decorrer da leitura. Aqui não temos amor, mas sim sentimentos do cotidiano dos seres humanos.
No decorrer da leitura, fiquei pensativo em saber o que se passa na cabeça das pessoas em todo momento, como que se desejasse poder ler pensamentos. Fato que me deixou assim ao perceber que o protagonista começou a andar em círculos filosofando sobre o burburinho do ir e vir das pessoas.
É um conto curto, porém filosófico que nos faz ir e vir em pensamentos, mexendo com nossa percepção de como a vida passa, sem que percebemos, uma excelente história que todos devem conferir.
Sobre o autor
Edgar Allan Poe (1808-1849) nasceu em Boston, Estados Unidos, em 19 de Janeiro de 1809. Filho de David Poe e Elizabeth Arnold, atores de teatro, ficou órfão de mãe e foi abandonado por seu pai. Nunca foi formalmente adotado, porém foi acolhido por uma família bem posicionada financeiramente em Baltimore, na Virgínia, que lhe proporcionou uma educação de qualidade, com os melhores professores da época.
Poe ingressou na Universidade de Virgínia, destacando-se no estudo de Línguas Românticas, antigas e modernas. Possuía comportamento inquieto e indisciplinado, passando a maior parte desta época envolvido com mulheres e bebidas. Demonstrou interesse desde muito cedo pela literatura, e sua carreira de escritor começou pouco depois de abandonar a Universidade, com a publicação de uma coleção anônima de poemas, que recebeu o nome de “Tomerlane and Other Poems”, em 1827.
Entrou para a carreira militar em 1829, na Academia de West Point, mas acabou sendo expulso por indisciplina. Depois de perder a mesada de seu tutor, passou a sobreviver de seus escritos. Tornou-se editor de uma revista de Richmond, e foi morar com sua tia viúva e sua filha Virgínia Clemm.
Em 1836 casou-se em segredo com sua prima Virgínia, na época com apenas 13 anos de idade. Pouco tempo depois perdeu o emprego, e passou por diversas dificuldades financeiras, que foram superadas ao vencer os concursos de conto e poesia, promovidos pela revista “Southern Literary Messager”.
Foi convidado a dirigir a revista, e durante dois anos esteve à frente do periódico, onde publicava contos, poemas e artigos de crítica literária. Por conta de seu vício em bebidas, perdeu seu emprego. Nesta mesma época, sua esposa adoece, e Poe se vê obrigado a produzir como freelancer, porém sem grandes resultados. Afunda-se ainda mais na bebida, e a morte de sua esposa agrava ainda mais o seu problema.
Edgar Allan Poe deixou diversos poemas, contos, romances, temas policiais e de horror. Muitas de suas obras abordam a temática do sofrimento causado pela morte, pois ele acreditava que não existia nada mais romântico do que um poema escrito sobre a morte de uma mulher bonita.
É considerado o criador do conto policial, e suas obras foram um marco para a literatura norte-americana contemporânea, influenciando posteriormente diversas gerações de escritores.
Faleceu, em decorrência de doenças causadas pelo uso exagerado de bebidas alcoólicas, em uma taberna de Baltimore, no dia 07 de Outubro de 1849.
@Gustavo Barberá – 14/05/2022.
Oi, Gustavo!
ResponderExcluirTenho muita vontade de ler Poe, mas nunca sei por onde começar. Achei sua resenha muito interessante e depois vou procurar saber mais sobre a história :)
Estante Bibliográfica