Título: Mil
poemas e um suicídio
Autor: Dylan Ricardo
Ano: 2018
Editora: Coerência
Páginas: 308
Onde comprar: Amazon
* Obra gentilmente cedida pelo autor
Nem sempre palavras bonitas e rebuscadas representam romantismo e situações belas e harmônicas. Temos nosso lado sombra que às vezes fala mais alto, nos deixando depressivo e sem vontade de apreciar as coisas boas da vida e isso não é questão de pessimismo, mas só um fato.
Em “mil poemas e um suicídio”, temos um escritor de poesias que está depressivo, querendo tirar sua vida e resolve colocar tudo o que sente em seus textos, enclausurado em seu quarto, junto com seus fantasmas.
A obra começa em prosa, com o lamento do personagem e termina com cem sonetos que complementa a história. É uma narrativa que me prendeu demais com os dramas e amarguras que o poeta está vivenciando, apesar de ser uma história de lamentações, assim posso dizer, não irá deixar quem lê na mesma vibe, mas sim, curioso para saber onde que essa história irá chegar.
O autor usa palavras requintadas e conotativas, deixando o texto rico e com um diferencial que nunca tinha visto em outras obras, acho que por isso que fiquei tão preso a leitura. Dylan Ricardo soube arquitetar as cenas perfeitamente, não deixando nenhuma ponta solta, com alguns plots que surpreendem.
O que mais me chama a atenção na história é a relação difícil do protagonista com sua mãe, fato que contribui com sua solitude e tristeza, é um ponto que o autor criou muito bem, pois o livro possui um enredo fluído e intenso.
Portanto, se gostaria de saber que fim tomou o personagem, não deixe de ler essa obra profunda e sinta junto do poeta as dores da sua existência em um mundo frio e sem cor, mas que o leva a escrever belas palavras em seus melancólicos textos. É um título que recomendo demais para todos.
Sobre o autor
Dylan Ricardo, brasileiro da cidade de Recife, mas, cidadão do mundo. Viveu na Palestina e em Montreal, Canadá, país do qual obteve cidadania. Em viagens aos EUA, Portugal, Inglaterra, Cuba e Cabo Verde, bem como pelo interior de sua terra, Brasil, buscou inspiração para futuras obras, as quais hoje escreve dedicadamente pelas madrugadas.
Insone contumaz, da noite colhe dolorosas memórias, que são utilizadas como inspiração para seus escritos. Escritor e poeta, é autor das obras Murmúrios das Trevas (dez contos de horror), Nos Lábios do Abismo, Mil poemas e um suicídio, a biografia de um homem sem esperança (este com um romance e cem sonetos), Lamentos na escuridão, a poesia em estado terminal. (Obras publicadas pela Editora Coerência), Nas Brumas do Desalento, No Zênite da Insanidade, Asas de pedra (já publicados pela Editora Chiado) Do Inferno, Contos Noturnos (publicado pela Cultura em Letras Edições) e Estado Terminal (publicado pela editora All Print Editora).
A maioria das obras com poemas de inspiração gótica, decadentista, romântica, simbolista e ultrarromântica nos quais descreve liricamente trajetórias existenciais abarrotadas de desânimo, decepções e sonhos destruídos. Trazendo reflexões ao leitor sobre a sua própria existência, seus desejos e atos praticados. Muitos desses poemas tornaram-se crônicas do cotidiano de uma personalidade insatisfeita, realista e questionadora, por se referirem a assuntos voltados ao relacionamento humano, às lembranças e à efemeridade da vida.
Além de dedicar-se no momento a outros livros de poesias, enveredou também por contos voltados ao horror e às peças de teatro. Seu interesse e sombria necessidade de investigar os insanos hábitos humanos o levaram a aprofundar-se não só em estudos de filosofia e psicologia, mas na própria literatura. O que lhe auxiliou bastante na descoberta de seu estilo. E assim, utilizando sua experiência de vida somada à técnica adquirida pelas contínuas leituras desenvolveu seus escritos.
Filho de musicistas, pai maestro, compositor e violinista e mãe violoncelista, sempre esteve ligado às artes desde a infância, quando criança frequentava, levado por seus pais, aos ensaios da Orquestra Sinfônica de Recife, que ocorriam no Teatro de Santa Isabel. Localizado em sua cidade. Apesar de viajar por outras terras, o que lhe atrai é transitar pela região intensa do sentimento. Da psique auto agressiva dos retraídos. O ser e suas incertezas emocionais, as imperfeições de suas escolhas e a devastação psíquica delas decorrente.
@Gustavo Barberá – 30/12/2022
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