Título: Lima
Barreto
Autor: Cuti
Ano: 2011
Editora: Summus
Páginas: 128
Onde comprar: Summus
* Obra gentilmente cedida pela editora.
Para os estudiosos, admiradores da Literatura Brasileira e leitores em geral, o Grupo Editorial Summus nos trouxe a biografia de um grande escritor pré modernista que deixou sua marca com grandes obras como “O triste fim de Policarpo Quaresma”, “Clara dos Anjos”, entre outros de um vasto acervo literário de bom gosto e requinte.
Essa obra é uma aula em casa, pois nos traz a trajetória do autor com suas polêmicas, trabalhos e preconceito sofrido pelo fato de ser negro e essa situação desagradável foi parar em alguns de seus textos, que criticou a sociedade daquela época de forma ácida, mas fatídica.
Outro fato que chama a atenção é a posição social e isso fez com que Lima Barreto fosse vítima de preconceito, pois ele além de ser negro, era pobre e isso afetou muito sua inclusão e aceitação na sociedade daquela época.
Esse é um livro de não ficção, dividido em três partes: Trilhas do percurso, Ficção, realidade e vida pessoal e atualidade temática, que detalha minuciosamente cada assunto relacionado ao autor, sua vida pessoa e profissional, além de citar suas obras.
Além dessa característica, são perceptíveis elementos de cunho nacionalista, que já preanunciam a estética modernista brasileira. Assim, não há mais a idealização romântica e nota-se um nacionalismo crítico, em que os problemas sociais do Brasil são expostos, em que a crítica política é escancarada. O realismo, nessas obras, é predominante.
Portanto, recomendo demais essa obra, pois alguns comportamentos que estão presentes aqui, vêm caminhando durante as décadas e até hoje estão presentes em nosso meio, o que nos dá uma boa reflexão de como é o ser humano. É uma leitura e tanto. A obra faz parte da coleção “Retratos do Brasil Negro”.
Sobre o autor

É, também, um dos fundadores da ONG Quilombhoje Literatura, além de membro atuante entre os anos de 1983 e 1994. Desde então, faz questão de estar sempre nas edições anuais dos Cadernos, tanto em prosa como em poesia, apenas com uma exceção no número 17, publicado em 1994, do qual não participa. Cuti teve também atuação relevante no Jornegro, órgão da extinta Federação das Entidades Afro-brasileiras do Estado de São Paulo. A partir de 1978, esteve entre os organizadores de várias edições do FECONEZU – Festival Comunitário Negro Zumbi – realizados no interior do Estado.
O autor enquadra-se no perfil do intelectual moderno, atuando na criação, na crítica e no trabalho de agitação político-cultural junto à comunidade. Nesse sentido, ganham importância os questionamentos que faz aos conceitos de “Literatura afro-brasileira” e “Literatura afrodescendente”, formulados em palestras e artigos e reunidos no livro Literatura negro-brasileira, publicado em 2010.
A militância marca sensivelmente as reflexões e a escrita do autor, como no trecho abaixo, apresentado no III Congresso de Cultura Negra das Américas, realizado na PUC São Paulo em 1982, e publicado no volume coletivo do Quilombhoje Reflexões sobre a literatura afro-brasileira.
@Gustavo Barberá – 28/12/2022.
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