Leitura Enigmática

Resenha do livro "O homem de giz"

Título Original: The Chalk Man
Autor: C. J. Tudor
Ano: 2018
Editora: Intrínseca
Páginas: 272

Com um ar de mistério e suspense, “O homem de giz” é um thriller que irá lhe render momentos de arrepios, aflição e curiosidade em saber como a trama irá se desenrolar até o final, não querendo largar o livro de forma alguma, pois quanto mais se lê, mais descobertas e revelações surpreendentes vão aparecendo.

     A história começa em 1986, onde Eddie e os amigos passam a maior parte dos dias andando de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras. Os desenhos a giz são seu código secreto: homenzinhos rabiscados no asfalto; mensagens que só eles entendem. Mas um desenho misterioso leva o grupo de crianças até um corpo desmembrado e espalhado em um bosque. Depois disso, nada mais é como antes. Em 2016, Eddie se esforça para superar o passado, até que um dia ele e os amigos de infância recebem um mesmo aviso: o desenho de um homem de giz enforcado. Quando um dos amigos aparece morto, Eddie tem certeza de que precisa descobrir o que de fato aconteceu trinta anos atrás.

 

     Logo de início eu fiquei um pouco decepcionado porque a leitura estava bem monótona, sem ação alguma, mas parece que a escritora fez propositalmente porque após certo momento não desejava largar a obra de forma alguma de tão bom que ficou a trama e me proporcionou horas de uma leitura contínua e intensa.

“As pessoas sempre vão trapacear, Eddie. E sempre vão mentir. Por isso é muito importante questionar tudo. Sempre tente enxergar além do óbvio”.

     Em certos momentos pude associar a história com dois filmes: no início em uma determinada cena, parecia que estava assistindo um dos filmes da série “Premonição”, pois o que foi relatado lá era idêntico. E a história em si, com os personagens crianças que se separam e depois de dez anos voltam para investigar um fato mal resolvido me lembrou muito o filme “It – a coisa”, onde os personagens também seguem esse rumo. E o quarto parágrafo da página 103, a cena relatada me deixou arrepiado, pois achei que ficou bem parecido com uma passagem do filme “O exorcista”. 

 

 

 

 

 

 

 

     O enredo é bem construído, intenso e contínuo, seguindo uma lógica bem estruturada para se descobrir os fatos que aconteceram durante a história. Com uma linguagem coerente e de fácil entendimento, mesmo sendo jovens que estão como protagonistas na trama. Há vários personagens, sendo cada um de uma característica própria e bem marcante, para confundir propositalmente o leitor ao querer saber quem era o autor dos desenhos de bonecos de giz desenhados para indicar os crimes cometidos. 

 

 

 

 

 

     Assuntos corriqueiros também estão presentes na história. Problemas familiares é uma delas, onde alguns conflitos são apresentados para quebrar um pouco o clima somente de suspense e mistério, mas em momento algum não fugiu do tema. Outros assuntos polêmicos como bullying e violência entre os jovens também estão inseridos no contexto.

“Para a polícia, éramos apenas crianças brincando no bosque que toparam com um corpo depois de seguirem marcas de giz”.

     O livro possui uma capa e uma contracapa linda com uma diagramação muito bem feita que não cansa o leitor e não sei se tem algum propósito ou se é apenas o design do livro, mas sempre que se inicia um capítulo, a página é toda preta, isso deu um chame todo especial.

 

 

 

 

     E se você está querendo saber quais assassinatos ocorreram na trama e quem foi o autor ou autores deles, não deixem de ler essa enigmática história, onde a todo momento fatos escondidos vem a tona, sem menos esperarmos. A tradução é de Alexandre Raposo.

@Gustavo Barberá – 19/08/2018

Menu