Título Original: Descolorindo Eloáh
Autores: Felipe Saraiça
Ano: 2019
Editora: Pendragon
Páginas: 248
Onde comprar: Amazon
Autores: Felipe Saraiça
Ano: 2019
Editora: Pendragon
Páginas: 248
Onde comprar: Amazon
*Livro gentilmente cedido pelo autor.
Em um mundo em que se possui uma sociedade
rotuladora e preconceituosa, algumas pessoas sofrem com suas particularidades. Esse
culto à raiva social e à exclusão humana levam muitas pessoas a desenvolverem
problemas como depressão, instigando-as a realizarem procedimentos
desesperadores e trágicas. E um desses momentos estará sendo abordado em
“Descolorindo Eloáh”, um drama reflexivo e polêmico, se assim podemos
dizer.
A obra conta a história de Eloáh, um garoto de
dezessete anos, que de bem coma vida, se descobre ser transexual e com isso
sofrerá as consequências discriminatórias, não só na escola com alunos sem escrúpulos, mas
em casa principalmente, onde não terá o apoio da família.
É uma trama que se aproxima muito da realidade dos
jovens atualmente, que independente do tema do livro, sentem-se isolados, excluídos
e abandonados. Fatos como se cortarem, está presente na história, pois isso
acontece diariamente com eles e a falta de apoio e um ombro amigo para poder
conversar.
Narrado em primeira pessoa pelo próprio Eloáh, a
obra possui um enredo fluído e intenso, onde prende demais a curiosidade do
leitor, sensibilizando-o e fazendo-o refletir da sociedade podre e
preconceituosa em que há atualmente. Aqui temos vários temas polêmicos, como
ganância, adultério, assédio moral e trapaça.
“Mundo é
injusto demais para estar nele sem amigos”.
Com personagens fortes e marcantes, temos dois que
merecem destaque. Um é Silas, pai de Eloáh, uma pessoa asquerosa, pastor de uma
igreja evangélica, onde precisa mostrar as aparências de uma família feliz e
unida para as pessoas, mas entre quatro paredes é a pior pessoa que existe. Temos também
Eliz, uma psicóloga trapaceira e charlatã, atuando com seu diploma cassado e
torturando Eloáh, pois ela via sua condição como uma doença a ser curada.
Outro tema a ser destacado na obra é o fato do
dinheiro falar mais alto, fato que acontece nos dias de hoje. Silas precisava
mostrar o exemplo para poder arrecadar dinheiro dos fiéis e a diretora da
escola particular que Eloáh estudava, fazia vista grossa de alguns alguns alunos
que aprontavam com ele pelo fato de serem filhos de pessoas importantes e muito
ricas, onde sempre estavam fazendo doações em dinheiro que eram desviadas. Essa
personagem (diretora) também é um exemplo explícito de corrupção e falta de
ética.
“Deitado,
olho para o meu teto branco como se ali pudesse encontrar uma saída, um portal,
ou qualquer coisa que fosse capaz de me tirar desse fundo do poço ao qual
apelidei de vida”.
O livro é muito agradável de se ler, possui
capítulos curtos, sua diagramação é muito bonita e digo que não é um livro com
uma história LGBT, mas sim com um drama que aborda preconceito, discriminação e a
falta de apoio para jovens que precisam. Problemas familiares corriqueiros
também ocorrem na obra e o mais bonito é que essa história nos mostra que a verdadeira
amizade ainda existe. Aqui temos como exemplo, Eloáh, seu colega de sala, Samuel,
e seu vizinho, o idoso Luís, onde um podia contar sempre com o outro.
Portanto, quem gosta de uma história que toca
profundamente a alma, não deixe de ler “Descolorindo Eloáh”, que irá despertar
todos os sentimentos que um ser humano possui: alegria, tristeza, ira,
compaixão e outros elementos cartásticos. É uma leitura que as pessoas
precisariam fazer para refletirem sobre a sociedade sem escrúpulos que estamos
presenciando atualmente. Recomendo para todos.
Sobre o autor
Felipe Saraiça, nasceu no
Rio de Janeiro, mas mora atualmente em Niterói e cursa jornalismo na
Universidade Carioca (Unicarioca). No final de 2015 participou de um projeto
chamado Imaginar/Contadores de Histórias, e com ele teve a oportunidade de
subir o Morro da Babilônia e ler para as crianças carentes da comunidade. Esse
projeto o fez ver a literatura com outros olhos e como os livros podem ajudar
as pessoas a fugir da realidade que se encontram. Palavras de Rua é seu
primeiro livro.
O que o faz escrever é a ideia de poder trazer novos
sentimentos para quem estiver lendo, sejam alegres ou tristes. Tem a mania de
observar as coisas ao seu redor com outros olhos, de conhecer o lado das
pessoas que elas não costumam demonstrar e costuma que costuma o definir é do
filme 500 Dias com Ela: “Eu gosto de observar os detalhes que ninguém vê ''.
@Gustavo Barberá – 10/04/2020.
Que história bela e forte, ao mesmo tempo, tão importante a ser abordada, principalmente aos pais, aos educadores, de forma a saberem lidar com esta dura e presente realidade, e aos próprios jovens. Quero muito ter a possibilidade de ler e de me envolver nesta narrativa, em possibilidade, por todos estes fatores, mas também por ser um livro publicado pela PenDragon, que é uma editora que gosto bastante!
ResponderExcluirAbraços!
Interessante! Um livro bem atual! Gostei!
ResponderExcluirQue capa linda! Não conhecia o autor e gostei bastante da resenha...Obrigada pela indicação.
ResponderExcluirAbraços
Olá!
ResponderExcluirAmei o livro já pela capa (julguei pela capa mesmo, #shameonme), mas a história me chamou bastante a atenção pelo seu tempo tão importante e necessário a ser discutido atualmente. Vai já para minha lista de futuras leituras.
E caramba, que belo trabalho de leitura o autor fez. Por mais iniciativas assim *-*
Parabéns pela resenha e obrigada pela dica de leitura.
Beijinhos e boa semana.
Isabelle
https://blogalgodotipo.wordpress.com/
Oi Gustavo, lembro da pergunta que vc me fez sobre o nome Eloáh e agora lendo a resenha do livro a história ficou mais clara. Infelizmente o mundo é injusto e preconceituoso, fiquei com pena do Eloáh não encontrar apoio na família, mas ao mesmo tempo ele possui amigos fiéis. O sentimento da amizade verdadeira é muito bonito e ajuda a ultrapassar barreiras tão difíceis que a vida pode apresentar.
ResponderExcluirOlá amigo!
ResponderExcluirJá fiquei bem interessado na proposta desse livro! Já quero conhecê-lo mais na íntegra. Uma história bem atual e que me chamou muito a atenção.