Título
Original: Apocalipse segundo Fausto
Autor: Marcos DeBrito
Ano: 2020
Editora: Coerência
Páginas: 194
Onde comprar: Coerência
Autor: Marcos DeBrito
Ano: 2020
Editora: Coerência
Páginas: 194
Onde comprar: Coerência
*Obra gentilmente cedida pela editora.
Em meio a uma sociedade fanática religiosamente,
onde a crença fala mais alto que a razão, eis que surge “Apocalipse segundo
Fausto”, uma obra em que irá chocar algumas beatas pelo teor profano e
perturbador que nele há. É um trabalho diferente do autor Marcos DeBrito que já
li dos demais existentes, mas que conserva toda a técnica e talento do
escritor.
O livro nos conta a história de Fausto, um ator que
todo ano interpreta o papel de Jesus Cristo na semana santa, na peça “A paixão
de Cristo”. Dessa forma, ele é visto como o messias e ser abençoado, mas essa
adoração se reverte após pequenos chifres nascerem em sua testa, o que o deixa
conhecido como o falso profeta entre a população.
É uma história sensacional, que abala o leitor com
suas passagens e frases provocativas e aterrorizadoras. Aqui temos premonições,
gritos e ranger de dentes, como é dito no livro de Apocalipse, assim como o
tocar das trombetas e as catástrofes do fim do mundo.
“O que
beira o infinito para ti nada mais é que uma faísca na existência da criação –
filosofou a Serpente. Não te assusta a revelação de que o fim está dito? ”
O autor soube assustar o leitor com suas cenas
diabólicas que acontece com o protagonista que é perseguido pelo senhor das
trevas o tempo todo, com momentos de deixar o corpo todo arrepiado durante a
leitura com eventos fortes e impressionantes, mas que ao mesmo tempo aguçam a
curiosidade para saber em que fim irá tal acontecimento.
Narrada em primeira pessoa, pelo próprio Fausto, o
livro possui um enredo intenso e fluído, onde religião x razão x ciência
disputam uma batalha para comprovar suas teorias e mostrar quem está certo no
meio dessa catástrofe que está acontecendo e enlouquecendo toda população.
“O rapaz,
enfim, enxergou o vulto do invasor aproximar-se na penumbra. Reconheceu a
silhueta do Diabo em sua figura mais repulsiva uma quimera demoníaca de
anomalia alegórica que faria o mais valente cavaleiro tremer em sua armadura”.
O livro é maravilhoso, esteticamente. Com pinturas
de Caravaggio, Hans Memling e Francisco de Goya que dividem lugar com a
incrível diagramação e capa, o livro traz um foco principal que é o fanatismo
religioso e até onde o ser humano é capaz de chegar com isso. Aqui temos
explícito muita pesquisa realizada pelo autor, o que deixou a ficção autêntica
e com vida. E claro, com muito terror e impressionismo, caraterística marcante
das histórias de Marcos DeBrito.
Portanto, não deixem de ler essa obra que te
deixará pensativo sobre o comportamento do ser humano em relação a seus atos
religiosos e também se assustando muito com cenas diabólicas que aqui estão
presentes, mas ao mesmo tempo verá que não é mais uma história clichê, igual as
várias espalhadas por aí, mas sim uma possibilidade de que o fim dos tempos
está próximo.
Sobre o autor
Marcos
DeBrito é cineasta, escritor e professor de direção e roteiro. Nascido em
Florianópolis, é graduado em cinema pela Fundação Armando Álvares Penteado
(FAAP) e especializado em escrita criativa. Teve aulas com Robert McKee em seu
célebre seminário Story, a partir do qual criou sua própria oficina de direção
e roteiro audiovisual, realizada em diversos locais pelo Brasil, e também o
curso Fundamentos de roteiro e narrativa, que ministra na LabPub.
Escreveu,
dirigiu e produziu curtas e longas-metragens de suspense e terror, pelos quais
foi premiado diversas vezes dentro e fora do país; ganhou dois Kikitos no
prestigiado Festival de Gramado, em 2001 e 2007. Consolidado na literatura
nacional, teve um de seus romances, “A sombra da lua”, indicado ao Prêmio Jabuti
de literatura em 2013, e constantemente participa de painéis, eventos e mesas
sobre temáticas envolvendo os gêneros terror e suspense. Vive em São Paulo. com
sua esposa e filhos. Apocalipse segundo Fausto é sua décima obra publicada.
Links das redes sociais do escritor:
@Gustavo Barberá – 27/08/2020
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