Leitura Enigmática

Resenha do livro "Dentes de dragão"

Título Original: Dragon teeth
Autor: Michael Crichton
Ano: 2018
Editora: Arqueiro
Páginas: 304

Se você estiver pensando em dinossauros correndo atrás de pessoas, destruindo tudo o que vê pela frente em um parque temático da era Jurássica, pode ir deletando essa ideia de sua imaginação, pois em “Dentes de dragão”, Michael Crichton mostra uma história repleta de fósseis, índios e um velho oeste de uma forma jamais abordada como antes. Ele possui uma capa belíssima para os amantes de dinossauros (assim como eu), o título vem em alto-relevo e a diagramação é bem confortável, sem cansar a leitura.

 

           O livro conta a história de Willian Johnson, um estudante universitário de Yale que se junta à uma expedição de paleontologia com o paranóico professor Othniel Marsh, rumo ao velho oeste, durante a era da caça a fósseis, após fazer uma aposta com outro aluno da universidade. Junto a eles está também o professor Edwin Cope, arquirrival de Marsh, e com o mesmo objetivo, ambos iniciam uma árdua atividade de saquear territórios do velho oeste para descobrir esses tão preciosos ossos e assim inicia-se também um jogo de enganação e sabotagem. Nesse meio tempo aparecem vários obstáculos e desafios, entre eles, ataques de índios, mandas de búfalos, ladrões de cargas nas estradas poeirentas do Colorado e duelos entre atiradores, assim como acontece nos filmes de Bang Bang.

”Aterrorizada com os relâmpagos, a manda havia estourado na planície, e agora os búfalos corriam na direção do grupo numa massa compacta de músculos e chifres, desviando do rochedo por ambos os flancos, jogando lama para todos os lados”.

         Para quem gosta de evolução, assuntos relacionados a Charles Darwin, geologia, biologia sistemática e geografia física, esse livro é um prato cheio, pois aparecem constantemente no desenrolar da história, deixando a mesma bem interessante com fatos históricos e científicos. Os capítulos desse livro são bem curtos, deixando a leitura rápida e não cansando o leitor. Mas o principal, o livro possui: enredo. Ele tem história, independente dos temas colocados. Há um desenvolvimento aventureiro e de ficção, não se trata de um livro técnico. Então, podem ler sem preocupação de não entender, pois a linguagem dele é para o público em geral. Ah e tem dinossauros sim, só que.... apenas seus fósseis, mas através de suas análises descobriram uma nova espécie durante uma determinada expedição, o que originou o nome do livro. Quem quiser saber com foi, só lendo a obra, mas garanto que o momento foi incrível!!!

“ – São dentes! – repetiu o professor. – Dentes de dinossauro"!

 

         O livro se divide em três partes I- A expedição para o Oeste; II- O mundo perdido (nem precisa lembrar o que nos fazem lembrar, não? Mas, é algo correlato com o que já lemos e assistimos) e III- Dentes de dragão. Em cada parte a história se desenvolve de forma independente, mas ao fim ambas de entrelaçam se tornando uma só.

 

         O que não me agradou muito no livro foi o momento em que Willian Johson chega a Deadwood. Depois disso, parece que o livro para no tempo e toma outro rumo, como que ele ficasse somente nesse local, virou uma rotina que fez fugir um pouco do contexto do livro, mas depois tudo volta aos eixos.

 

         E quando estava finalizando o livro, veio a bomba. Há registros contando a história de como o livro foi feito, as pesquisas realizadas e o mais fantástico de tudo foi de saber que alguns desses personagens realmente existiram, ou seja, o livro é baseado em fatos reais – o que eu adoro. E quais foram os destinos deles. Está curioso(a)? Então corra e leia “Dentes de dragão” para descobrir e se surpreender com o que foi dito e muito mais. 

 

         O livro será transformado em minissérie pelo Canal Geographic em parceria com a Amblin Television e a Sony Pictures. A tradução foi de Marcelo Mendes.

@Gustavo Barberá – 14/06/2018

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